julho 19, 2014

Estrutura de uma Canção - Forma Musical

Se você gosta de música, mas não tem nenhum conhecimento sobre o assunto e gostaria de aprender a escrever uma ou simplesmente apreciar de forma correta aquilo que entra em seus ouvidos, segue abaixo algumas explicações de como pode ser constituída uma música, no caso uma canção popular (poesia + música). Ela pode ser divida do seguinte modo:

1. Introdução
2. Verso
3. Pré-Refrão
4. Refrão
5. Solo
6. Ponte
7. Conclusão ou Coda

Sobre cada parte:

1. Introdução: É a parte inicial da canção e pode ter várias funções, como por exemplo indicar o “clima” da música, levar à memorização de uma determinada melodia que será reexposta futuramente, etc... É uma parte que pode fazer o ouvinte se sentir motivado a ouvir a música até o fim. É opcional.

2. Verso: É onde a temática da canção se desenvolve, ou seja, se tenta passar a "mensagem" da letra por meio de uma melodia. Normalmente a letra varia, mas a melodia mantêm-se semelhante.

3. Pré-Refrão: É uma parte que liga o Verso ao Refrão, como uma extensão do verso ou uma antecipação do Refrão, usando das características de uma ou outra parte. É opcional.

4. Refrão: É a parte central da canção. Costuma ter uma melodia de fácil memorização cuja letra se mantém. Normalmente quando se pede para alguém cantar um trecho de determinada música, é comum que se cante o Refrão. Também é repetido várias vezes ao longo da canção.

5. Solo: Normalmente é um solo instrumental e acontece depois da repetição do Refrão. Pode utilizar partes da melodia do Refrão ou apresentar uma nova melodia que usa alguns elementos importantes das melodias já apresentadas. É opcional.

6. Ponte: É uma parte normalmente diferente de todo o resto da música que pode aparecer antes ou depois do Solo ou antes da repetição final do Refrão, para citar alguns exemplos. Pode trazer uma melodia, harmonia e ritmo diferentes do que foi exposto até então, sem embora parecer deslocado do contexto, ou seja, ainda se encaixa no que já foi ouvido. Serve principalmente para criar alguma variação e tornar a música menos monótona. É opcional.

7. Conclusão ou Coda: Tem a função de deixar óbvia a conclusão da música. Pode ser um pequeno solo instrumental ou ser um pequeno trecho melódico que se repete até o fade out (diminuição gradual da intensidade da música). É opcional.

Algumas partes normalmente se repetem, como o Verso (que costuma manter a melodia mas mudar a letra) e o Refrão (que costuma manter tanto a melodia quanto a letra). Outras partes não precisam ser sempre usadas, como a Introdução, o Pré-refrão, o Solo, a Ponte e a Coda.  Exceto a Introdução e a Coda (que indica o fim da música), as outras partes podem mudar de posição. Observemos os exemplos abaixo:

Exemplo 1: Kid Abelha – Nada Sei
Análise: Introdução – Verso – Refrão – Verso 2 – Refrão – Solo – Refrão - Coda.

Exemplo 2: The Beatles - You've Got To Hide Your Love Away
Análise: Verso – Verso 2 – Refrão – Verso 3 – Verso 4 – Refrão – Solo/Coda.

Exemplo 3: The Verve Pipe - Never Let You Down
Análise: Refrão – Verso – Pré-refrão – Refrão – Verso 2 – Pré-refrão – Refrão - Solo – Refrão – Coda.

Exemplo 4: Capital Inicial – Tudo que Vai
Análise: Introdução – Verso – Refrão – Verso 2 – Refrão – Ponte – Refrão – Coda.

Exemplo 5: Bon Jovi – Always
Análise: Introdução – Verso – Pré-refrão – Refrão – Verso 2 – Pré-refrão – Refrão – Ponte – Solo – Pré-refrão 2 – Refrão – Coda. 

Estas divisões se aplicam para a maioria do repertório de música popular que ouvimos hoje em dia. Trata-se de uma derivação da Forma-Canção que se originou na Idade Média. No entanto, para indicar as partes de uma música eram utilizadas as letras “A” e “B” do alfabeto. Assim, essa Forma-Canção possuía a seguinte estrutura: AA – B – AA – B. Atualmente consideramos o A = Verso e o B = Refrão.

Alguns outros gêneros como a música folclórica, as marchas de carnaval, a bossa nova e o choro utilizam outras formas. São elas:

Forma Unária
A forma unária, ou forma em uma parte, é a estrutura mais simples que um conteúdo musical pode apresentar. Canções folclóricas simples, como canções de ninar e cantigas de roda, geralmente apresentam essa forma, pois são de fácil apreensão pelas crianças. Canções infantis como Atirei o Pau no Gato, e Cai, Cai, Balão são bons exemplos de uma forma simples em apenas uma parte. Representamos graficamente essa forma apenas pela letra “A”. Se a canção repete versos com letras diferentes, ou contém pequenas modificações melódicas nessas repetições, isso pode ser representado no processo de análise por A, A’, A’’ (lê-se: “A linha”, “A duas linhas”, etc.), mas a forma total é apenas A.

Forma Binária
A forma binária possui uma estrutura em duas partes claramente diferenciadas (o prefixo “bi” significa “dois”, como em biênio ou bilíngue). Ou seja, quando ao invés de repetir a melodia (a mesma ideia musical), resolvemos criar uma parte contrastante sem que seja um Refrão a ser repetido. A música passa a ter duas partes de igual importância e então chamamos essa estrutura de Forma Binária.
A forma binária pode ser abreviada pelas letras A (primeira parte) e B (parte contrastante). Então temos uma forma: A B . Podemos citar a marchinha de carnaval Mamãe Eu Quero.

Análise: Introdução – A – B – Repetição de A e B -  Solo – Repetição de A e B – Coda.

Forma Ternária
A forma chamada de ternária é uma extensão da forma binária. Também possui uma parte A (exposição), e uma parte contrastante, a parte B. A diferença é que a música termina com um retorno à parte A. Assim representamos a forma ternária da seguinte maneira:  A B A. Podemos citar a música Garota de Ipanema de Tom Jobim.

Análise: Introdução – A – B – A – Solo, que toca a melodia de A – B – A – Coda.

Existem também outras formas em três partes. A mais utilizada é aquela cujo esquema final é o A-B-C. Ou seja, cada seção apresenta um material diferente. Essa forma é chamada de Forma Tripartida.

Forma Rondó
Alterna uma parte principal, chamada de A, com outras partes que tem material musical diferente de A. Ou seja, a parte A é sucedida por uma parte B e depois é repetida. Após sua repetição é sucedida por uma outra parte, agora chamada de C, pois é diferente tanto de A quanto de B. Depois há o retorno de A. Nesse caso podemos chamar A de refrão, afinal é sempre repetido. A estrutura fica assim: A-B-A-C-A. Existem diversas formas rondós, algumas com vários episódios, como, por exemplo, A-B-A-C-A-D-A-E-A. No entanto os tipos mais comuns de forma Rondó são os que contem dois episódios, ou seja, A-B-A-C-A ou ainda A-B-A-C-A-B-A, onde o episódio B retorna depois do C. Geralmente as demais seções têm caráter contrastante. Em alguns rondós, o refrão pode sofrer ligeiras variações no seu retorno (A B A’ C A” etc.), especialmente em rondós maiores, onde o compositor introduz novidades para tornar a volta do tema principal mais interessante. Podemos citar o famoso choro Odeon do compositor Ernesto Nazareth.

Análise: A (repetido 2x) – B – A – C – A.


A Forma Binária, Ternária, Tripartida e Rondó também podem ser encontradas no rock, pop entre outros gêneros. É possível achar muitos exemplos, como Yesterday dos Beatles, que possui uma Forma Binária. No entanto as estruturas e nomenclaturas mais utilizada nos dias atuais são as expostas no início desse texto.


Esse texto também não deve ser usado como única fonte de informações sobre Formas Musicais, já que é um breve e superficial resumo. Assim, para ser prático e objetivo para iniciantes, desconsidera alguns fatores importantes como as cadências harmônicas. Ainda, parte desses dados são passíveis de outras interpretações, principalmente as análises dos exemplos apresentados.

dezembro 18, 2008

Lobotomia e Aliteração

Pois é, prometi e não cumpri ainda. Explico-me: Woody Allen possui uma filmografia gigantesca! A verdade é que devido as grandes dificuldades em achar muitos de seus filmes terei que me focar nos clássicos. Já assisti alguns, e dando até uma prévia do que tenho a dizer sobre Woody, alguns são realmente brilhantes. Mas isso é história pra outro post... Aliás, está em cartaz um filme dele nos cinemas, o Vicky Cristina Barcelona.

Mas enquanto não preparo algo realmente legal sobre Woody Allen, me divirto pesquisando e descobrindo coisas que me deixaram uma interrogação na cabeça. Escrevo sobre duas coisas distintas: Lobotomia e Aliteração.

Hoje, vendo um filme de comédia romântica de adolescentes americanos (confesso que adoro esses filmes mamão-com-açucar) com a "Chloe" (não sei o nome da atriz, mas é aquela que faz Smallville) ouvi, da boca da própria Chloe, que ela iria fazer uma lobotomia se algo pior acontecesse (não vem ao caso explicar os porquês). Meu, lobotomia? Lá foi o André procurar que diabos é isso.

Lobotomia: A Lobotomia é uma intervenção cirúrgica no cérebro na qual são seccionadas as vias que ligam as regiões pré-frontais ao tálamo e outras vias frontais associadas. Traduzindo: Esta cirurgia era utilizada para tratar casos graves de esquizofrenia e outros distúrbios severos de comportamento e depressão onde houvesse risco de violência e suicídio. Também chamada de Leucotomia, a cirurgia foi desenvolvida por um médico português chamado António Egas Moniz que devido a este trabalho recebeu o prêmio Nobel de Medicina em 1949. A Lobotomia ou Leucotomia leva os pacientes a um estado de baixa reatividade emocional como se estivessem sedados. O procedimento foi abandonado na década de 50 quando surgiram os primeiros fármacos antipsicóticos. A cirurgia é irreversível e pode causar alterações sérias de personalidade e ligado ao fato de ter sido realizada em larga escala em alguns países (como EUA e Japão) como forma de silenciar doentes psiquiátricos incômodos e crianças com problemas de comportamento, hoje em dia ela é considerada como um dos episódios mais bárbaros da história da psiquiatria. Afinal foi um português que inventou.... (momento ácido).

Melhorando um pouco o clima, vamos ao significado de Aliteração. Provavelmente você deve saber o que é... Eu não! Este é um dos meus buracos na formação acadêmica, não sei grandes coisas sobre figuras de linguagem. Acho que faltei nesta aula, hehehe.

Aliteração: do latim alliteratio, trata-se da repetição de fonemas idênticos ou parecidos no início de várias palavras na mesma frase ou verso, especialmente nas sílabas tônicas. No caso de repetições consonantais (chamada de consonância, [N.E. consonância em Música é a relação estável entre dois sons simultâneos ou seguidos cujos parciais harmônicos são coincidentes, portanto, consonantes. Talvez haja aí uma coincidência, ou quem sabe, consonância de sentidos, hehehe]) é feita no início e no interior de palavras:

"Eterna é a flor que se flana, se souber florir."

Quando a repetição dos sons consonantais se processa entre as sílabas finais, tem-se, o fenômeno do eco.

"Seguro, assente na coluna firme / Dos versos em que fico / Nem temo o influxo de inúmero futuro...” (Fernando Pessoa)

Porém, a repetição de sons finais não constitui aliteração, é rima:

"Cada leitão em seu leito / Cada paixão com seu jeito."

Apesar da aliteração ser comumente consonantal, não se exclui a possibilidade de ocorrer com fonemas vocálicos (assonância). No exemplo abaixo é possível verificar os dois tipos de aliterações, consonantal (em negrito) e vocálica (em itálico):

"Na messe, que enlourece, estremece a quermesse.
(Eugênio de Castro) (temos a assonância do “e” e a consonância do “s” e "c").

Para finalizar, uma bela estrofe de Fernando Pessoa permeada de aliterações iniciais, interiores e finais:

- “Em horas inda louras, lindas / Clorindas e Belindas, brandas / Brincam nos tempos das Berlindas / As vindas vendo das varandas.”

Por hoje é só, pessoal!

junho 03, 2008

Metrô

Dias destes estava eu andando de Metrô quando me dei conta de que, apesar de usuário comum deste meio de transporte, não sabia nada sobre o Metrô, nem do brasileiro, nem de outros países! A ponto de não saber nem quais cidades brasileiras usufruem deste sistema tão eficaz ou quando foi inaugurada a primeira linha metroviária do mundo. Cabe aqui então, uma pequena pesquisa sobre o assunto.

Sistema Metroviário

A primeira linha de Metrô do mundo foi inaugurada em 1863, Londres. Com a intenção de acabar com os problemas de trânsito da cidade, o transporte de pessoas era feito por trens a vapor através de túneis subterrâneos construidos no centro da capital inglesa. Acontece que, apesar da tentativa inovadora, os ingleses acabaram sendo meio portugueses e o sistema gradativamente deixou de ser utilizado por um grande número de pessoas pois a fumaça que saia dos trens ficava presa nos túneis causando grande mal-estar. Só em 1890 as linhas foram eletrificadas e assim os usuários voltaram a aproveitar as facildades do sistema. Baseando-se nesta novidade, outras cidades européias e norte-americanas inauguraram seus sitemas metroviários. Depois de Londres veio o Metrô de Budapeste (Hungria, 1896, N.R.: Quem diria, não?), Boston e Chicago (EUA, 1897), Paris (França, 1900) e Berlim (Alemanha, 1902). Hoje, mais de 160 cidades ao redor do globo possuem o sistema. São mais de 8000 km e mais de 7000 estações.

Metrô Brazuca

O projeto de implantação do Metrô data de 1966, na cidade de São Paulo. O então prefeito, Faria Lima, tinha como prioridade no seu plano de governo a criação de um sistema metroviário que ligasse dois bairros distantes da cidade num eixo Norte-Sul (Santana-Jabaquara, respectivamente). As obras foram iniciadas em 1968 e, devido a ínumeras mudanças, tanto no projeto inicial de construção quanto na tecnologia utilizada nos trens e nas sinalizações, a Linha Norte-Sul (agora chamada Linha 1-Azul) foi inaugurada apenas em 1974, inicialmente ligando o bairro Jabaquara até a Vila Mariana e, um ano depois, até o bairro de Santana. Em 1998 a Linha Azul ganhou mais três estações chegando até o bairro do Tucuruvi ficando assim com 20,2 km de extensão. Há, ainda em São Paulo, mais 3 linhas. A Linha 2-Verde (antiga Linha Paulista) foi criada com o objetivo de facilitar a locomoção na Avenida Paulista, ponto turístico e centro comercial da cidade. Foi inaugurada em 1991, com apenas quatro estações. Hoje, com os projetos de expansão, a Linha Verde abriga 11 estações com seus 10,7 km de extensão.

A Linha 3-Vermelha (inicialmente chamada de Linha Leste) foi a mais envolta em discussões. Não só pelas mudanças drásticas de projeto e traçado como também pela necessidade de desapropriação de grandes áreas e pela possível descaracterização da cidade, pois boa parte da linha passaria pela região central. Envolvendo uma profunda renovação urbana, principalmente na vizinhança das estações, com a eliminação de trechos deteriorados da cidade, a Linha Vermelha demorou, desde seu projeto inicial, 16 anos para ser concluída (1972-1988) com seus 22km de extensão.

Em 2002, a Linha 5-Lilás foi inaugurada atendendo uma das áreas mais carentes de São Paulo, além de municípios satélites. Toda a região é caracterizada pela ocupação recente e em processo de adensamento, com perfil de cidade-dormitório, em parte por causa do isolamento geográfico. A Linha 5-Lilás conta com 8,4 km de extensão. Há ainda a Linha 4-Amarela, em processo de construção e com prazo de entrega gradativa até 2013.

Ao todo, São Paulo possui 61,3 km de extensão em quatro linhas e 55 estações.

Outras capitais brasileiras também possuem sistema metroviário como Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Teresina. Sendo que na maioria do trajeto os trens trafegam sobre a superfície, aproveitando as antigas linhas de trens. Em Fortaleza e Salvador, o Metrô está em fase de contrução e em Curitiba e Goiânia, em fase de planejamento.

Próximo post: Woody Allen

julho 03, 2005

Afinal, o que significa Scherzo?

Olá pessoas! Esse é meu primeiro post aqui! Espero que existam pessoas interessadas em saber mais coisas sobre Música, afinal foi com esse intuito que eu e a Red criamos esse blog.

Sem mais delongas, vamos ao que interessa:

Scherzo é o nome de um movimento de uma Sinfonia. A sinfonia é o gênero mais conhecido da música instrumental. Ela é o veículo das grandes idéias, dos temas alegres ou dramáticos, enfim, é por ela que os compositores (principalmente os bons) se expressam. Uma sinfonia pode ter de 30 até 70 minutos de duração! Mas calma, ela é dividida normalmente em 4 seções, denominadas movimentos. Acho que assim fica menos cansativo, não é?

A sinfonia, a grosso modo, começou a se definir no Classicismo (a partir de 1750), naquela época ela tinha apenas 3 movimentos, um rápido (Allegro), um lento (Adagio ou Andante) e o final era rápido novamente. Porém em alguns lugares da Europa e predileção por dança era muito forte e então foi inserido mais um movimento, o Minueto. A estrutura de uma sinfonia ficou assim:
Primeiro Movimento: Geralmente é um Allegro.
Segundo Movimento: É o movimento lento, um Adagio ou um Andante, normalmente.
Terceiro Movimento: O Minueto, é lento, como uma valsa.
Quarto Movimento: É o Finale, mais rápido e mais "colorido" que o Allegro.

Claro que essa configuração não é regra, existem muitas outras sinfonias com outros esquemas e tal, depende de quem escreve.

O Scherzo, do qual estamos falando, originou-se do terceiro movimento. Com o passar do tempo, o Minueto foi perdendo a característica serena passando a ser muito mais ágil. Apesar de ter aparecido primeiramente nas composições de Haydn (compositor clássico), quem mais contribuiu para sua transformação foi Beethoven. Ele queria algo que contrastasse fortemente com o movimento lento que o precede, e começou a compor minuetos mais rápidos e bruscos. Assim nasceu o Scherzo, que em italiano significa "brincadeira". O Scherzo não é exclusivo da sinfonias, dando as caras também em quartetos, sonatas e concertos de vários outros compositores pós-Beethoven. Transformou-se inclusive num termo da notação musical: Scherzando indica, na partutura, que a música deve ser executada de maneira menos rígida, mais livre, como se estivesse brincando.