Pois é, prometi e não cumpri ainda. Explico-me: Woody Allen possui uma filmografia gigantesca! A verdade é que devido as grandes dificuldades em achar muitos de seus filmes terei que me focar nos clássicos. Já assisti alguns, e dando até uma prévia do que tenho a dizer sobre Woody, alguns são realmente brilhantes. Mas isso é história pra outro post... Aliás, está em cartaz um filme dele nos cinemas, o Vicky Cristina Barcelona.
Mas enquanto não preparo algo realmente legal sobre Woody Allen, me divirto pesquisando e descobrindo coisas que me deixaram uma interrogação na cabeça. Escrevo sobre duas coisas distintas: Lobotomia e Aliteração.
Hoje, vendo um filme de comédia romântica de adolescentes americanos (confesso que adoro esses filmes mamão-com-açucar) com a "Chloe" (não sei o nome da atriz, mas é aquela que faz Smallville) ouvi, da boca da própria Chloe, que ela iria fazer uma lobotomia se algo pior acontecesse (não vem ao caso explicar os porquês). Meu, lobotomia? Lá foi o André procurar que diabos é isso.
Lobotomia: A Lobotomia é uma intervenção cirúrgica no cérebro na qual são seccionadas as vias que ligam as regiões pré-frontais ao tálamo e outras vias frontais associadas. Traduzindo: Esta cirurgia era utilizada para tratar casos graves de esquizofrenia e outros distúrbios severos de comportamento e depressão onde houvesse risco de violência e suicídio. Também chamada de Leucotomia, a cirurgia foi desenvolvida por um médico português chamado António Egas Moniz que devido a este trabalho recebeu o prêmio Nobel de Medicina em 1949. A Lobotomia ou Leucotomia leva os pacientes a um estado de baixa reatividade emocional como se estivessem sedados. O procedimento foi abandonado na década de 50 quando surgiram os primeiros fármacos antipsicóticos. A cirurgia é irreversível e pode causar alterações sérias de personalidade e ligado ao fato de ter sido realizada em larga escala em alguns países (como EUA e Japão) como forma de silenciar doentes psiquiátricos incômodos e crianças com problemas de comportamento, hoje em dia ela é considerada como um dos episódios mais bárbaros da história da psiquiatria. Afinal foi um português que inventou.... (momento ácido).
Melhorando um pouco o clima, vamos ao significado de Aliteração. Provavelmente você deve saber o que é... Eu não! Este é um dos meus buracos na formação acadêmica, não sei grandes coisas sobre figuras de linguagem. Acho que faltei nesta aula, hehehe.
Aliteração: do latim alliteratio, trata-se da repetição de fonemas idênticos ou parecidos no início de várias palavras na mesma frase ou verso, especialmente nas sílabas tônicas. No caso de repetições consonantais (chamada de consonância, [N.E. consonância em Música é a relação estável entre dois sons simultâneos ou seguidos cujos parciais harmônicos são coincidentes, portanto, consonantes. Talvez haja aí uma coincidência, ou quem sabe, consonância de sentidos, hehehe]) é feita no início e no interior de palavras:
"Eterna é a flor que se flana, se souber florir."
Quando a repetição dos sons consonantais se processa entre as sílabas finais, tem-se, o fenômeno do eco.
"Seguro, assente na coluna firme / Dos versos em que fico / Nem temo o influxo de inúmero futuro...” (Fernando Pessoa)
Porém, a repetição de sons finais não constitui aliteração, é rima:
"Cada leitão em seu leito / Cada paixão com seu jeito."
Apesar da aliteração ser comumente consonantal, não se exclui a possibilidade de ocorrer com fonemas vocálicos (assonância). No exemplo abaixo é possível verificar os dois tipos de aliterações, consonantal (em negrito) e vocálica (em itálico):
"Na messe, que enlourece, estremece a quermesse.
(Eugênio de Castro) (temos a assonância do “e” e a consonância do “s” e "c").
Para finalizar, uma bela estrofe de Fernando Pessoa permeada de aliterações iniciais, interiores e finais:
- “Em horas inda louras, lindas / Clorindas e Belindas, brandas / Brincam nos tempos das Berlindas / As vindas vendo das varandas.”
Por hoje é só, pessoal!